Filosofia de Jogo

Com que roupa deve usar? É mais ou menos esse termo em qual eu falo sobre filosofia de jogo.
Na verdade esse atributo é oculto no jogo, mas desde o lançamento do Wizard (FM 2010, ficou mais explicito esse termo “Filosofia”).
Existem três tipos de estilos:

Filosofias Rígidas:

Técnicos como José Mourinho, Luiz Felipe Scolari e Muricy Ramalho tratam o time peça por peça. Ou seja, são managers extremamente rígidos e esperam que cada jogador desempenhe bem a sua função como peças dentro de um grande motor. Sendo assim, os defensores serão responsáveis pelo bloqueio e desarme, os meio-campistas trabalharão na transição e os atacantes ficarão incumbidos das jogadas mais agudas. Simples assim. Simples? A restrição de tarefas pode parecer boa à primeira vista, mas exige que o manager domine as ferramentas táticas para obter o melhor desempenho, pois precisará pensar cada posição separadamente e isso não é uma tarefa fácil. Além disso, a filosofia rígida limita a Liberdade Criativa do time, fazendo-o funcionar de maneira mecânica e previsível. É o chamado futebol de resultado. Não espere espetáculos, mas sim um time muito disciplinado, competitivo e paciente, atento a uma oportunidade única para garantir a vitória.


Liberdade Criativa de Filosofia Very Rigid (Estratégia Normal). Repare que os jogadores com funções defensivas têm pouquíssima liberdade e mesmo os jogadores mais agudos não desfrutam de uma condição tão livre de jogo


As filosofias rígidas são ideais para times com jogadores muito disciplinados. Você mede a disciplina do jogador pelo Índice de Trabalho. Quanto maior o atributo, mais o jogador obedecerá às suas instruções. Nesse caso, você é responsável direto pelo bom desempenho dos jogadores dentro de campo. Numa situação de vantagem em jogo de Copa, um time com filosofia rigida e mentalidade defensiva torna-se quase intransponível. Basta lembrar do que Felipão e Muricy já fizeram com seus times.


Existe uma lenda que diz que as filosofias mais rígidas são mais apropriadas para times menores, pois reduz a chance de erro. Essa é apenas uma meia-verdade. Times pequenos, com pouca disciplina errarão pouco é verdade, mas também serão presas fáceis pois sua eficiência ofensiva entrará buraco abaixo. Mais um pitaco: A filosofia rígida exige jogadores que sejam especialistas em alguma coisa. Em outras palavras, para ter sucesso com essa tática você precisará de um plantel heterogêneo: um cobrador de faltas, um velocista, um cabeceador, um bom ladrão de bolas, um bom passador e assim sucessivamente, pois o jogador precisa ser capaz de realizar as tarefas individuais que você passará para ele. Não é fácil montar um time assim. Muricy, Felipão e Mourinho que o digam!
Filosofias Fluidas:


No outro extremo está a filosofia fluída. A fluidez pode ser interpretada como o futebol total. Existe um conceito antigo, advindo do futebol argentino de que "quem tem a bola, joga". Isso significa que todos os jogadores, independentemente da função que exercem dentro de campo, trabalharão como jogadores completos, capazes de defender, apoiar e atacar nos diferentes momentos do jogo. Em 1970, Zagallo encantou o mundo com o futebol total e inspirou as Holandas de 74 (Rinus Mitchel) e 78 (Ernst Happel). Em 1982, Telê Santana voltou a aplicar a filosofia fluída na Copa da Espanha. Atualmente, a seleção que joga mais perto desse modelo é a Espanha de Vicente del Bosque, mas numa escala inferior aos modelos históricos.



Normalmente (e a história comprova) as filosofias mais livres são ideais quando você tem um time de qualidade superior, onde jogadores dos mais diferentes setores são capazes de desempenhar várias funções dentro do jogo sem prejudicar a estrutura global do time. Os jogadores são encorajados à criação e precisam estar aptos à essa condição. Diria que a filosofia very fluid é para poucos e bons. Agora, a filosofia fluid é perfeitamente aplicável em times que tenham jogadores com alta criativdade e imprevisibilidade. Jogadores assim protagonizarão momentos de pura magia dentro de campo, embora o resultado final, os títulos, nem sempre venham, pois a arte acaba se sobrepondo à eficiência.


É possível aplicar filosofia fluida em times pequenos? Possível é, o resultado não deve ser bom, mas é possível sim. O problema dos times pequenos é a qualidade técnica: Os jogadores não tem a capacidade de utilizar a pleno as infinitas possibilidades que a alta liberdade criativa traz. Mas o lado positivo é que a filosofia fluida faz o time funcionar mais como um conjunto, ela aproxima os setores dentro de campo e isso pode ser um facilitador para uma troca de passes mais eficiente, mas não é (nem de longe) garantia de sucesso.


Filosofia Balanceada:


Por último, mas não menos importante, temos a Balanced, o meio-termo entre as filosofias de jogo. Essa filosofia é a mais interessante para managers iniciantes. Nesse tipo de filosofia, os jogadores contribuem para mais de uma função dentro de campo. Para facilitar a compreensão, pense num jogo normal. Os zagueiros tem o papel de bloqueio e desarme, certo? Perfeito. Mas e os laterais? Claro que preferencialmente o seu papel é defensivo, mas no futebol brasileiro eles contribuem e muito na armação. São peças importantes para fazer a transição entre a defesa e o meio-campo. Os meia-atacantes também. Sua função principal é a armação, mas eles podem invariavelmente aparecer entre os zagueiros e decidir uma partida. Agora pense defensivamente. Um meio campo não volta para fechar espaços na frente da área? Os extremos não acompanham os laterais adversários para lhe tirarem espaço? Alguns atacantes não marcam os volantes adversários? Se você vê isso no futebol real, parabéns. Você já tem como entender o que a filosofia balanced faz no FM 2010.


Essa filosofia de jogo é perfeita para você conhecer os seus jogadores e medir do que eles são capazes dentro de campo. Independentemente do tamanho do clube que você controla, poderá utilizar essa filosofia para afinar a sua tática posteriormente. Se você perceber que seu time tem características mais táticas, disciplinadas, pode passar para uma filosofia mais rígida; Se perceber que eles podem render mais com mais liberdade, poderá mudar para uma postura mais fluida. Aí é com você.


Se você escolheu um time para treinar pela primeira vez e desconhece a qualidade real dos jogadores a balanced é a filosofia ideal. Você precisa estar ciente de que essa filosofia não fará você obter o melhor futebol possível do seu grupo, mas em contrapartida, conseguirá manter o time num nível (na pior das hipóteses) aceitável, sem grandes oscilações. É a filosofia perfeita, portanto, para testar quais funções funcionam melhor para cada um dos seus jogadores, pois mesmo que tenham um desempenho individual abaixo do esperado ele não será suficiente para destruir a estrutura do time dentro de campo.

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